31.1.08

Por mais
que eu
me esforce,
coração

não tem botão
on/off...



30.1.08

Sobre Amores

No começo eu vivia em busca da minha outra metade e só me relacionava com quem também buscasse sua outra metade. Andava perdido. E vivi amores inexpressivos.

Com o tempo descobri que eu havia nascido inteiro. A minha outra metade estava dentro de mim. Quando eu a encontrei, me encontrei por completo. A partir daí, nos meus relacionamentos amorosos, buscava preencher a metade que faltava no outro. Mas não era o suficiente. E vivi amores medíocres.

Hoje, compreendo: no amor, a soma de duas metades não é igual a um inteiro, é igual a um par de incompletos. Um inteiro e uma metade também formam um par imperfeito. Por isso, hoje só me relaciono com inteiros.
E vivo amores magníficos!


29.1.08

quero como veste
um amor que

me complete,
me complique,
me consteste,
me explique

e me complexe!


28.1.08

versos abstersos

versos abstersos
o poeta expressa
a palavra lavra
pela rima prima
e o verso asperso
doce como uva
feito amor no peito
cai como uma luva

26.1.08

...o mundo gira sempre em seu sentido
e tem a cor do seu vestido azul.
todo atalho finda em seu sorriso nu...
*
*
(vander lee)

25.1.08

jaz

a lembrança é imperecível
o coração pede sobrevida,
mas nosso amor é pretérito.
minha esperança é suicida


24.1.08



Nas minhas conversas com Jesus, depois de tomarmos um vinho deliciosamente feito de um milagre e de falarmos sobre política, economia, literatura e amor, sempre peço a Ele:
“Senhor, livrai-me do mal, mas deixai-me cair em tentação”.


Bondoso, Ele sempre atende meus pedidos.




23.1.08



teu amor não escorreu
entre os meus dedos.
escorreu pelo
ralo do banheiro!


22.1.08



teus lírios
e teus delírios
são colírios
que aliviam
meus martírios




21.1.08


o tempo passa
e não passa
a lembrança do beijo
sabor uva passa


20.1.08

metamorfose



meu coração não bate, vibra como o de um beija-flor;
meus vasos sanguíneos
tornaram-se jardins floridos;
meus glóbulos vermelhos ganharam
as cores do arco-íris;
minhas meninas-dos-olhos são voluptuosas mulheres;
meu tendão-de-aquiles agora é joelho-de-helena;
o céu da minha boca encheu-se de estrelas;
minhas cordas vocais transfiguraram-se em fios de seda;
e
as asas da minha imaginação viraram turbinas.
o teu amor transformou-me. para sempre!




(inspirado na obra de Edson Marques)




*

18.1.08


dias de carnaval
vou tirar a fantasia
e cair na real

17.1.08



saia da barra da minha saia
abra da aba do meu chapéu
e tuas quimeras (que merda!),
que nunca foram minhas,
mande-as para o beleléu





16.1.08


te quero
porque quero
não importa
se indultário.
ou adultério



15.1.08

carnavalização



reencarno
no carnaval
encarnado.
farra de um fanfarrão
fantasiado.

máscaras, marchas,
marcho, troto, galopo.
eu sozinho viro um bloco.

danço, canto, encanto-me.
linda menina,
uma colombina.

doce amor
roubado de um pierrô
apaixonado que errou
e chorou.

quimérico arlequim.
folião de uma ilusão
que não tem começo.
nem fim!



14.1.08



aos teus pés
rezo embriagado
uma prece
ao pecado.
luxúria, inveja,
orgulho... 
tudo.
tudo misturado.



13.1.08

*

tua anca, tuas trancas
tuas tranças, gança...
doces lembranças!

11.1.08

poe-meto


(um dia)
te pego de jeito
te mato no peito
te deito no leito
e meto, remeto
a eito, a eito









10.1.08

desventura


desejou-me
desafiou-me
desafinou-me
desfiou-me

deflorou-me
despetalou-me:
“malmequer,
malmequer...”
nem me quer!
despejou-me





9.1.08

surto



vou-me embora pra fortuna
lá sou filho do ruy.
e da analice.
lá terei as mulheres que quero,
se elas assim desejarem.
e deixemos de gabolice!





8.1.08

desafinado

corpo de violão
debaixo do lençol
fez ré sustenido
meu fá bemol.

nem lá, nem cá,
nem sol, nem lua

depois
daquele concerto,
nem consigo cantar

minha música.
somente a tua





7.1.08


saudade mordaz
sempre chega
quando ela sai




5.1.08

motivo



por que só falo de amor?
porque sou fruto dele.
o amor me alimenta
e me aumenta.
me tenta
e me contenta




4.1.08



tenho amores
internos e externos.
todos ternos.
uns, efêmeros
outros, eternos



3.1.08

desejos



ensine-me novas
palavras mágicas

brinde-me com uma
viagem interplanetária

deseje-me outras paixões,
outros amores,

e mais outros, e mais outros...
e mais nada!




2.1.08



Conversava despretensiosamente com meu coração
durante um passeio à beira-mar, após a virada de ano.
Fazíamos um balanço de 2007. Foi quando ele falou-me,
num tom efusivo: “Que venha o carnaval. Logo!”.


É mesmo um incorrigível.