29.11.08



é o desejo
que adoça
o beijo






28.11.08

Safena

Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.

Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões

Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate

O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.


(elisa lucinda)

26.11.08

poema quixotesco


já raiou a liberdade,
raiou a liberdade no horizonte
começarás tudo de novo
preparas o teu rocinante

novas cordas ao alaúde,
novas garrafas de vinho,
poemas, paixões, desejos, amores...
...tudo novinho!

acorda, peito arfante!
põe-te de pé e busca teus sonhos
feito um cavaleiro de cervantes

alegra-te!

segue sem temer desventuras, andante
pois nunca há de faltar musas
para um poeta errante


24.11.08

re-volta

pois é, me embucetei,
você me delatou
eu te deletei



23.11.08

tentativa de suicídio

foi ao toalete
e cortou os sonhos,

à gilete.


(Leila Míccolis)

19.11.08



faça o que eu digo, mas
não faça o que eu faço”.
é o que sempre digo
mas não é o que eu faço

17.11.08

ponto de vista


não ao ponto de interrogação

à exclamação a preferência
fim ao ponto final
vida longa às reticências...


12.11.08


corda mi
do meu violão
rima, ritmo
verso, pena...
sem você
não há canção
sem você
não tem poema!



11.11.08



nem par, nem impar
nem cara, nem coroa
no jogo do amor
sou o azar em pessoa







9.11.08

continha de somar

dez amores
para
curar
desamores
diz, amor

dá?



(Dalva Rego)

5.11.08

me revolta
esperar tua volta
nas voltas
que o mundo dá

4.11.08

poeminha faltoso


sentir tua falta.
era só
o que me faltava...




3.11.08


eu penso conforme o tempo
eu danço conforme o passo
eu passo conforme o espaço
eu amo conforme a fome
eu como conforme a cama
eu sinto conforme o mundo
 
mas no fundo
eu não me conformo
 
(martha medeiros)


1.11.08



poesia louca e breve...
e leve
é a que me comove...
e move
é a que me serve...
e segue